Dia Internacional da Mulher: Dar às raparigas modelos de superação de obstáculos
As jogadoras da seleção nacional espanhola de futebol feminino Ivana Andrés e Alba Redondo discursaram no Parlamento Europeu, numa cerimónia que assinalou o Dia Internacional da Mulher.
A presidente do Parlamento Europeu agradeceu às jogadoras por quebrarem estereótipos e mostrarem que o género não é um fator que impeça o caminho para o sucesso. Notou, no entanto, que a desigualdade no desporto persiste na cobertura mediática, no patrocínio e na remuneração, sendo parte de um problema sistémico que o Parlamento está a trabalhar arduamente para erradicar. Roberta Metsola afirmou que cabe a cada um de nós facilitar esta mudança de paradigma, tornando mais fácil para as mulheres eliminar barreiras injustas e recordar o trabalho que ainda está por fazer.
Num discurso conjunto, Alba Redondo e Ivana Andrés disseram que uma sociedade mais justa e mais igualitária precisa ser construída através da educação. O desporto é uma ferramenta única que pode mudar vidas e as raparigas de todo o mundo devem receber modelos femininos para ajudá-las a superar os obstáculos. "A próxima Alexia Putellas está por aí algures (...) Está à espera de receber uma oportunidade. Vamos certificar-nos de que ela a recebe", concluíram.
A vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, pronunciou-se contra a violência que as mulheres enfrentam na vida pública, assim como jornalistas e políticos, que por esse motivo são obrigadas a abandonar as suas funções. A comissária responsável pela pasta dos Valores e da Transparência pediu aos Estados-Membros que punissem os autores dos crimes e que os empregadores defendessem ativamente as mulheres quando são vítimas de assédio, incluindo online.
Os oradores dos grupos políticos referiram as muitas realizações desta legislatura, como a adesão da União Europeia à Convenção de Istambul, as novas regras sobre as mulheres nos conselhos de administração e a transparência salarial, tendo muitos salientado que tal se deveu também a uma forte liderança feminina a nível da UE. Contudo, não há margem para complacência, muitos também salientaram, porque o assédio e a violência sexual persistem na UE e em todo o mundo. As mulheres no desporto devem receber o mesmo salário que os homens e participar igualmente na tomada de decisões.
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