Prémio Sakharov 2022: os finalistas

Julian Assange, o povo da Ucrânia e os seus representantes, e a Comissão da Verdade da Colômbia são os finalistas do Prémio Sakharov 2022.

Os finalistas do Prémio Sakharov 2022, da esquerda para a direita: Julian Assange, um dos cofundadores da organização WikiLeaks; o povo corajoso da Ucrânia, representado pelo seu presidente, líderes eleitos e sociedade civil; a Comissão da Verdade da Colômbia.
Os 3 finalistas do Prémio Sakharov 2022: Julian Assange, o povo corajoso da Ucrânia, a Comissão da Verdade da Colômbia (da esq. para a dir.)

Os finalistas da edição deste ano do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, que foram escolhidos numa reunião conjunta das comissões dos assuntos externos (AFET) e do desenvolvimento (DEVE) do Parlamento Europeu, a 13 de outubro, são:

  • Julian Assange, cofundador da WikiLeaks
  • O corajoso povo da Ucrânia, representado pelo seu presidente, líderes eleitos e sociedade civil
  • A Comissão da Verdade da Colômbia


Julian Assange

Como cofundador da associação WikiLeaks, Assange forneceu à imprensa internacional documentos sobre crimes de guerra, detenções arbitrárias, violações de direitos humanos e tortura. Foi detido no Reino Unido e agora faz face à aprovação da sua extradição para os Estados Unidos para ser julgado por espionagem e uso indevido do computador.

O corajoso povo da Ucrânia, representado pelo seu presidente, líderes eleitos e sociedade civil

A guerra de agressão não provocada da Rússia contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, representa enormes custos para o povo ucraniano em termos de vidas perdidas e cidades e aldeias devastadas. De acordo com a nomeação, o povo ucraniano está a lutar para proteger as suas casas, a soberania, a independência e a integridade territorial, mas deve ainda lutar todos os dias pela liberdade, democracia, o Estado de direito e os valores europeus nos campos de batalha.

A nomeação destaca o papel do Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy pela sua bravura, resistência e a devoção ao seu povo. São ainda referidos os papéis desempenhados por outros indivíduos, representantes de iniciativas da sociedade civil e instituições estatais e públicas, como por exemplo: os Serviços de Emergência do Estado (SES) da Ucrânia; Yulia Pajevska, fundadora da unidade médica de evacuação "Anjos de Taira" ("Angels of Taira”); Oleksandra Matviychuk, ativista e advogada para os direitos humanos; o Movimento de Resistência Civil da Fita Amarela (“The Yellow Ribbon Civil Resistance Movement”); e, Ivan Fedorov, o presidente da câmara da cidade de Melitopol, que atualmente se encontra ocupada pelas forças russas.

A Comissão da Verdade da Colômbia

A Comissão da Verdade da Colômbia é uma instituição criada ao abrigo do acordo de paz de 2016 para acabar com a guerra civil colombiana nesse ano. Tem o objetivo de restabelecer os factos sobre as violações dos direitos humanos durante o conflito e defender os direitos dos seus milhões de vítimas.

A nomeação - que aponta os nomes de Francisco de Roux, Alejandro Valencia Villa, Marta Ruiz Naranjo, Alfredo Molano Bravo (a título póstumo), Alejandro Castillejo, Saúl Alonso Franco, Lucía Victoria González, Patricia Tobón Yagarí, Alejandra Miller, Leyner Palacios, Ángela Salazar Murillo (a título póstumo), e Carlos Martin Beristain - presta homenagem às vítimas da guerra civil e é descrita como representando uma oportunidade para apoiar o processo de paz.

Os finalistas foram selecionados pelos eurodeputados a partir de uma lista mais extensa de nomeações feitas por grupos políticos ou grupos de pelo menos 40 eurodeputados.


Leia mais sobre
os nomeados ao Prémio Sakharov 2022.


Contexto

O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento tem sido atribuído a indivíduos e organizações que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais, desde a sua criação em 1988. Esta distinção deve o seu nome ao físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov e o vencedor receber como prémio 50 000 euros. Em 2021, o prémio foi atribuído ao líder da oposição russa, Alexei Navalny, pela sua luta contra a corrupção e os abusos dos direitos humanos cometidos pelo Kremlin.



Próximos passos

  • 19 de outubro: o vencedor é escolhido pela Presidente do Parlamento e pelos líderes dos grupos políticos
  • 14 de dezembro: tem lugar a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov em Estrasburgo