Conversa O charme discreto da ditadura: O que leva as pessoas a glorificar ditadores?

O Charme Discreto Da Ditadura Imagem: © Goethe-Institut/ Suzana Carneiro 27.02.2024, 19:00 Uhr

10.04.2024, 19h00

Goethe-Institut Lisboa

No âmbito do ciclo "Quo Vadis, Europa?"

"Isto com um Salazar endireitava!" ou "No tempo do Salazar não havia nada disto" são frases frequentemente ouvidas em Portugal. Na Rússia, o concurso de televisão "Os Melhores de Nós" revelou que os espectadores estavam dispostos a votar maioritariamente em Estaline - apesar do sofrimento que este infligiu a tantos milhões de pessoas. Nos nossos dias, jovens russas despem-se voluntariamente para oferecer calendários eróticos a Putin, como presente de aniversário ou em sinal de gratidão. Mas o fenómeno já vem de muito longe: os próprios gregos de Sócrates e da polis democrática deixaram-se subjugar pela brutalidade de Alexandre da Macedónia, e o líder que desfazia nós górdios a golpes de espada acabou por entrar na História com o cognome "Magno".

O escritor alemão Wladimir Kaminer - que nasceu e cresceu na URSS, vive há mais de trinta anos em Berlim e de momento prefere não visitar a Rússia, não se vá dar o caso de ir parar à Sibéria sem querer - tenta investigar o fenómeno: em que radica esse estranho poder de sedução das ditaduras e dos ditadores? Wladimir Kaminer vem a Portugal participar no lançamento do seu mais recente livro, Pequeno-almoço à Beira do Apocalipse, publicado pela editora Zigurate.

Em conversa com Aurora Rodrigues, Irene Pimentel e Leonor Rosas, procuraremos respostas para esta questão, a partir do caso do Estado Novo. Moderação de Joana Manuel.


Link para o evento no Zoom
Palavra-passe: QvE-2024!



Wladimir Kaminer nasceu na URSS, vive desde 1990 em Berlim e escreve em alemão. As suas crónicas sobre temas da atualidade fazem dele um dos escritores mais apreciados da Alemanha. Para além dos livros e de publicações em várias revistas, tem dado vida a programas de rádio e televisão, e foi durante muitos anos DJ da Russendisko no Café Burger.

Aurora Rodrigues foi resistente antifascista, presa e brutalmente torturada; trabalhou como magistrada do Ministério Público e desenvolveu intenso trabalho na denúncia do fascismo e pelos direitos humanos das mulheres.

Irene Pimentel é historiadora, especializada no estudo do período contemporâneo de Portugal, especialmente da PIDE e do Estado Novo.

Leonor Rosas é mestre em Antropologia pela FCSH e doutoranda em Antropologia no ICS-UL e foca-se no estudo da memória, colonialismo e espaço público.

Joana Manuel é atriz, cantora e performer.

 
O evento insere-se no ciclo de debates Quo vadis, Europa?, organizado com o apoio da Associação de São Bartolomeu dos Alemães em Lisboa. 

Voltar